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sábado, 11 de junho de 2011

O Espaço Sagrado por Jorge Armando Pereira

 Texto desenvolvido por Jorge Armando Pereira.
                             “Eis a Tenda de Deus conosco” (Ap 21,3).
É neste espaço limitado, que nós condicionamos o ilimitado “o Próprio Deus”, neste contexto nota-se que é neste local determinado como Sagrado que o transcendente se faz presente. Estamos tratando explicitamente de nossas Igrejas, quanto a templos, espaços reservados ao culto ao Criador por meio de ritos que nos proporcionem uma conexão com Deus. Por meio da liturgia, esta que é considerada como “instrumento de união entre o homem e Deus e Deus e o homem” (Pastro, 2007, p.42), somos tocados pela graça divina a qual percebemos através de percepções sensíveis aos nossos sentidos. Somos permeados por palavras, gestos, cores, luzes, sons, aromas enfim inúmeros fatores materiais que nos transportam a sensação de sermos acalentados por um gesto divino o qual nos toca carinhosamente durante a Sagrada Liturgia.
Observamos que todos estes aspectos se fazem de relevante importância tendo em vista que o ser humano carece de uma sinestesia que lhe confere um estado de introspecção com o divino. Assim, denota-se a relevância de que a estruturação material aliada a teologia, projeta no ser humano um encontrar-se com o transcendente por meio de um ambiente que o incite ao aprofundar-se neste transe psicológico o qual nos fundimos durante as Santas Missas. Toda esta transcendencialidade pode ser abstraída quando nós nos sentimos rodeados por estas sensações obtidas pelo sensível, meio este do qual ainda nos carece exaurir todas as possibilidades existentes que nos possam proporcionar um verdadeiro encontro pessoal com Deus.
Visando este conectar-se com o divino é que poderemos estabelecer um caminho que nos permita atingir este ideal, do qual todos nós almejamos. Com base nos documentos da Igreja é que podemos estruturar as significações plausíveis com relação ao Espaço Sagrado, do qual carecemos conhecer seus fundamentos eclesiais. Podemos ressaltar que é neste espaço reservado ao culto do Mistério Pascal, é que o próprio Cristo se faz presente. É imprescindível que tenhamos por este ambiente, profundo respeito de reverência, pois não se trata de um lugar qualquer, mas sim o próprio lugar onde Deus habita.

Em consonância com estes fundamentos podemos edificar as diretrizes das quais devemos nos ater em relação à concepção destes espaços sagrados, devemos antes de tudo consultarmos o que a Igreja nos orienta de como devemos proceder. Quanto a estas especificações precisamos estar atentos as necessidades de cada comunidade a qual necessite da elaboração de um projeto de um novo espaço ou mesmo uma determinada reforma.
Temos que sempre levar em consideração que precisamos conhecer o significado e o porquê de todos os componentes que fazem parte deste contexto. Por exemplo: o presbitério, é o lugar onde recebe o altar do sacrifício, sendo assim  todo o conjunto onde o presbítero preside toda a celebração, ele é constituído de ambão, altar, sédia, cruz processional, e credência; o altar é o centro, mesa da qual o Sacrifício Pascal acontece nos remetendo ao conceito de extensão do mistério; a cruz processional  pode estar pendente sobre o altar ou a frente do mesmo nos remetendo a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado; os castiçais poderão estar a direita e a esquerda da cruz processional;  as flores apenas deverão estar somente o necessário, vale lembrar que o mínimo se faz agradável e singelo, a mesma poderá estar ao pé da cruz processional dependendo das orientações do tempo litúrgico vigente; as velas simbolizam a luz do Cristo, Sol das nações, representando a sua presença misteriosa, devem ser discretas a fim de corresponderem a uma extensão do Círio Pascal; o Círio Pascal, representa a presença do Cristo Ressuscitado que preferencialmente poderá ficar durante o período pascal em frente ao ambão; o ambão, deve-se a mesma precedência do altar pois é lugar de onde se proclama a Boa Nova, parte fundamental que precede da Liturgia Eucarística, este deve ser constituído do mesmo material do altar a fim de lhe conferir a mesma importância; a sédia, é lugar de onde o presidente da celebração exerce sua autoridade  do magistério da Igreja, é parte integrante da primeira parte da missa, liturgia da palavra; o  tabernáculo, é o  local onde se guardam as reservas eucarísticas, peça esta que deve ser de material durável e digno lhe permitindo segurança, o mesmo deve se possível estar em uma capela destinada propriamente a oração pessoal com Jesus ; a Credencia, mesa adicional, suporte , base para auxiliar na disposição dos objetos litúrgicos a serem utilizados na Santa Missa; o  evangeliário, livro que contém todos os santos evangelhos que são proclamados durante as Santas Missas, vale lembrar que não é a Bíblia, é apenas Parte dela; os Vasos Sagrados, são os utensílios utilizados nas Santas Missas tais como, cibório ou âmbula, galhetas, Cálice e Patena;  a capela do Santíssimo, lugar de oração pessoal com Jesus, onde o Santíssimo Sacramento deve estar condicionado no Tabernáculo; o batistério, é o espaço onde  poderá ser aparte, podendo até ser um capela, sua localização poderá ser no átrio da Igreja nos remetendo  de que o Batismo é o Sacramento de porta de entrada, se for um espaço a parte deve comportar uma pequena platéia para o que o rito possa ser acompanhado. Em síntese estes deverão ser os componentes para que o espaço sagrado seja constituído a fim de elevar os fies ao contagio da graça divina.
Conhecendo seus significados fica claro perceber a representatividade transcendental do qual estamos tratando, pois quando nos voltamos a este assunto nos cabe esmiuçar todos suas denominações para que possamos elaborar um espaço que transcendam as pessoas que ali estiverem. Para que isso seja possível precisamos aliar  aspectos materiais que nos permitam instigar as pessoas juntamente com a liturgia a se sentirem empiricamente a presença do Deus invisível, mas que se faz perceptível aos nossos sentidos. Precisamos ser cautelosos quanto à concepção destes espaços, devemos trabalhar com sobriedade a fim de enaltecer o que de fato dever ser o foco principal, Deus. Quanto mais sóbrios forem os espaços mais objetivos eles serão a fim de conduzirmos ao Mistério do qual acontece neste lugar epifânico (manifestação) do Criador.
Em suma vale ressaltar que se tratando do espaço sagrado devemos convergir todo o foco a Deus, este que é protagonista de toda a epifânia ocorrida neste ambiente, precisamos enfatizar sua presença por meio de atributos materiais em conjunto com a liturgia que nos proporcionem uma experiência teofânica (manifestação sensível da glória de Deus).

REFERÊNCIA
PASTRO, C. O guia do espaço sagrado. São Paulo. Edições Loyola, 2007.
PASTRO, C. O deus da beleza. São Paulo. Paulinas, 2008.

Jorge Armando Pereira, é candidato ao sacerdócio pela Arquidiocese Sant' Ana de Botucatu, aluno do 1o. Ano do Curso de Filosofia da Faculdade João Paulo II em Marília - SP

Um comentário:

  1. PARABÉNS AMIGO JORGE!!!!

    TE ADMIRO MAIS E MAIS A CADA DIA QUE PASSA.
    QUE SUA VOCAÇÃO SEJA FECUNDA DAS GRAÇAS DE DEUS.

    PAZ E BEM. UMA PRECE!

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